Encorajado 
                      pelo sucesso, o WWF-Brasil lançou a campanha Mico 
                      1000, redobrando os esforços para salvar da extinção 
                      o pequenino primata de juba dourada. Em parceria com a Turma 
                      da Mônica, de Maurício de Souza, milhares de 
                      crianças votaram pela Internet no nome do filhote 
                      número mil, o “Douradinho”. 
                    Dois anos depois, em 2003, quando 
                      foi divulgada a nova lista vermelha de espécies ameaçadas 
                      da União Mundial para a Natureza (IUCN), o primata 
                      passou da categoria Criticamente Ameaçado de Extinção, 
                      para Ameaçado de Extinção, transformando-se 
                      no primeiro exemplo de recuperação de uma 
                      espécie ameaçada no país. 
                    Desde o início, a principal 
                      estratégia adotada pelo WWF para ajudar no combate 
                      à extinção do primata foi a de recuperar 
                      o habitat do mico-leão-dourado: a Mata Atlântica 
                      localizada no Rio de Janeiro. Além de promover 
                      a criação de novas áreas protegidas, 
                      foram implantados corredores de florestas nativas ligando 
                      os fragmentos isolados de mata da região, ampliando 
                      a área de forma a permitir a permanência e 
                      a reprodução do primata. 
                    Em 1971, restavam apenas 200 exemplares 
                      da espécie. Era necessário garantir uma população 
                      mínima de 2.000 animais em um hábitat de 25 
                      mil hectares de floresta para garantir a retirada do primata 
                      da lista dos animais ameaçados. Apoiado pelo WWF, 
                      o Projeto Mico-Leão-Dourado ajudou a criar, na região 
                      de Silva Jardim, as Reservas Biológicas de Poço 
                      das Antas e União, que abrigam as principais populações 
                      de micos-leões restantes na natureza.  
                    A conservação da floresta, 
                      aliada a técnicas inovadoras, como a reintrodução 
                      na natureza de animais criados em cativeiro por 140 zoológicos 
                      parceiros de todo o mundo, contribuíram para o crescimento 
                      do projeto.  
                    Como resultado direto da campanha 
                      Mico 1000, em 2002, foi declarada Área de Proteção 
                      Ambiental (APA) a Bacia do Rio São João, com 
                      145 mil hectares. Conhecida como APA do Mico-Leão-Dourado, 
                      a nova área inclui os remanescentes de Mata Atlântica 
                      em seis municípios. Passou-se a adotar critérios 
                      para ocupação e uso do solo, de forma a inibir 
                      a degradação da floresta. Além disso, 
                      foi acelerada a criação de Reservas Particulares 
                      do Patrimônio Natural em área próxima 
                      à reserva de Poços das Antas, totalizando 
                      500 hectares. 
                       
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