Em 2003, o WWF-Brasil lançou
as bases de um novo programa de agricultura e meio ambiente.
A proposta do programa é formar e conscientizar o
setor agrícola, principalmente da soja, para o aproveitamento
de áreas já degradadas para o cultivo do grão,
de forma a diminuir o desmatamento. Não menos importante,
o programa visa A introduzir conceitos de boas práticas
agrícolas, que evitam a erosão e degradação
do solo e a contaminação do meio ambiente
e da água por agrotóxicos, muitas vezes utilizados
de maneira indevida.
O Brasil é o segundo exportador
mundial de soja em grão, atrás dos Estados
Unidos. A soja representa 6% do Produto Interno Bruto (PIB)
e tem hoje a mesma importância histórica dos
ciclos da borracha, do açúcar e do café.
Em 2002, a indústria de soja criou 5,5 milhões
de empregos diretos no País.
O aumento da produção,
entretanto, tem provocado efeitos devastadores no meio ambiente.
O cultivo do grão em grandes unidades de produção,
desenhadas para tirar vantagem de economia de escala, resulta
no desmatamento, que tem como conseqüência a
destruição de espécies e a perda de
função de ecossistemas inteiros, além
de alterar o regime de chuvas e provocar a elevação
da temperatura.
O bioma mais devastado pela soja foi
o Cerrado, já que o clima e o relevo da região
são adequados para o cultivo da leguminosa. O Cerrado
é também o habitat de metade das espécies
endêmicas brasileiras e de um quarto das espécies
ameaçadas do País. Pouco a pouco, a soja avança
para outros biomas, como a Amazônia e o Pantanal,
comprometendo ecossistemas e a biodiversidade.
Antes de lançar o Programa
Agricultura e Meio Ambiente, o WWF-Brasil ouviu o setor
agrícola, para saber como poderia atuar na área.
Como subsídio à uma reunião de dois
dias com empresários e produtores do setor, foi elaborada
a publicação Avaliação de
Sustentabilidade da Expansão do Cultivo da Soja para
a Exportação no Brasil.
Foto: Zig Koch |
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